sábado, 15 de dezembro de 2012

Na voragem do dia

Na voragem do dia
as horas passam
e nós não percebemos
que cada minuto que passa
é mais um voo
em direção ao infinito.





                                                                                                                                                     Horizonte

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Ana Pires lança livro de contos “Tempo de Espera”

Aos 82 anos, a escritora feirense Ana Pires lança seu segundo livro "Tempo de Espera" (Editora Chekidah, 300 exemplares, 152 páginas) nesta sexta-feira, 9/11, às 20h, no Museu de Arte Contemporânea de Feira de Santana. A obra reúne mais de 20 contos, que a escritora resume como "uma miscelânea de histórias sobre o cotidiano de gente do povo". Entre eles, estão um pescador, uma prostituta e um presidiário.

Na capa, ilustrada por seu filho Valter Pires, uma mulher repousa os braços em uma janela, como se observasse o movimento da rua. “É um hábito comum em cidades pacatas”, destaca a escritora. E por que “Tempo de Espera”? Se você imaginava uma resposta super complicada, a autora simplifica de um jeito simples e poético: “Esperei muito por esse livro.”

Ana Pires começou a escrever aos 15 anos e publicou seu primeiro livro, "A Borboleta de Vidro", aos 58. Mas, de lá para cá, sua escrita manteve-se viva em diversas outras publicações. Ana Pires é co-autora do livro de poesias "Na Incerta Certeza do Ser" , que divide com a irmã Sonia Pires. Também participou de obras coletivas, como o "Anuário de Poetas do Brasil" (1982), "Escritores do Brasil" (1983/86) e "Dicionário Crítico das Escritoras Brasileiras" (2002). Além disso, os contos e poesias da autora já foram divulgados em jornais de sete países: França, Portugal, Itália, Hungria, EUA, Colômbia e Uruguai.

Durante toda essa trajetória, Ana Pires ganhou três troféus, cinco medalhas e 25 menções honrosas. Merecidamente. Afinal, a artista tem contribuído para o desenvolvimento do campo artístico em sua cidade desde a década de 80, quando organizava eventos no Centro de Cultura Amélio Amorim.

Sempre ativa, a autora continuou agitando a vida cultural de Feira de Santana no fim da década de 90, quando escreveu cinco peças e dirigiu um grupo de teatro vinculado ao Ciat - Centro Integrado Atendimento da Terceira Idade. Hoje, é membro da Academia de Letras e Artes de Feira de Santana.



quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Chuva

A chuva caiu.
Molhou a cabeleira
verde das árvores.
Regou a terra ressequida
e fez brotar a planta.
Lavou as estrelas
e as fez mais brilhantes.
Chuva, você quer lavar a minha alma?


                                         chuva

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Mistério

Quero desvendar
os seus mistérios,
percorrer
seus caminhos
e labirintos,
galgar os seus montes
e depois
seguir o meu caminho
como se nada
tivesse acontecido.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Névoa

A névoa
cobre a cidade
e também
meu coração
de medo,
angústia
e solidão.


                                                Nevoa

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Busca

Nos quartos
e salas vazios,
vagueio na noite.
E o que procuro?
Nada!
Não busco
mais nada,
nem de noite,
nem de dia.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Solidão

Ilhas de silêncio,
monólogos sem eco.
O pensamento flui
como um rio
manso e cristalino,
escorrendo suas águas
na terra seca e árida,
e indo se perder
na vastidão do infinito.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Horas Nuas

Horas nuas,
horas mortas,
horas vazias.
Os minutos
escorrem lentamente
como areia
numa ampulheta.
O calor sufoca,
o suor empapa
os cabelos
e o corpo.
A garganta seca,
os olhos,
e a alma também;
nestas horas
nuas, mortas e vazias.




                                                                                                                                 ampulheta

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Rumos

As folhas caem
na tarde
sem rumo.
Sinto-me só
e sem rumo
como as folhas
e a tarde.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Máscara

Seu rosto
transformou-se
numa máscara de pedra.
Porém, quando
você transpor
a fronteira,
se modificará,
e ficará
com aquela
serenidade e quietude
que só os mortos possuem.

                                                        mascara

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Infância

Infância perdida
que não volta mais.
Brinquedo de roda,
ciranda da vida,
infância perdida
que não voltam mais.


                                            criança


sábado, 18 de agosto de 2012

Momentos

Momentos,
são momentos
nada mais.
São como gotas
de orvalho
retidas
nas folhas
em madrugada fria.
Como um raio
de luz,
riscando o céu
em noite de tempestade.
Momentos,
são momentos
nada mais!...



                                                                                                                            Raio

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Inquietação

Inquietação,
nos gestos e palavras.
Desejo de reter em rostos
expressões belas e felizes.
Poder deter o tempo,
numa parte boa da vida.
Inquietação
de gestos e desejos.
Inquietação.


terça-feira, 14 de agosto de 2012

Melancolia

Fim de tarde,
melancolia.
Os pássaros voam
em busca de pousada,
finda o dia.
O sol desaparece
no horizonte,
agonia.
O sino ao longe
toca as ave-marias.
Olho para dentro de mim,
nostalgia.
Fim de tarde,
melancolia.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Ascenção


Desci ao inferno
subi ao céu.
Só não ressuscitei
dos mortos,
porque ainda
não morri completamente.
















Céu

domingo, 12 de agosto de 2012

As minhas mãos

As minha mãos inúteis.
As minhas mãos vazias,
caídas ao longo do corpo,
como duas folhas mortas,
numa árvore velha.

Elas já foram ágeis
e já tiveram seiva,
que secaram
sem eu saber porque.


sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Finito

O homem é finito.
Infinito, só Deus
e os crepúsculos,
eles existirão
eternamente,
até depois
da consumação
dos séculos.

  
                                                                                                                                                                 Crepusculo

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Turbilhão

Turbilhão de vozes,
Turbilhão de rostos,
Turbilhão.
Turbilhão de alegrias,
Turbilhão de tristezas,
Turbilhão.

Porque a vida é um turbilhão?

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Véu

Espesso véu
entre mim
e o mundo.
Opaco,
impedindo
que eu veja
claramente
pessoas e coisas.
Véu,
espesso, sempre.

                                            Véu

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Labirintos

Há silêncios que falam
e palavras que nada dizem.
Assim como, há passos
que não levam
a lugar nenhum.

Há caminhos
que dão sempre
em atalhos
e nos fazem voltar
ao ponto de partida.


                                          Labirintos
                                     




segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Restos

Restos...
São pedaços
de mim,
que perdi
através
dos caminhos
que percorri.

Restos...
São fiapos
de sonhos
que tento reter
para sobreviver.

domingo, 5 de agosto de 2012

sábado, 4 de agosto de 2012

Libertação

Vivi pedindo desculpas
de pecados que não cometi
e cansei.

Quero viver
de maneira diferente
solta no ar.

Livre como um pássaro voando
no céu azul infinito.

Livre como um riacho
cortando a mata sem rumo.

Livre como o vento vadio
varrendo a praia deserta.

Livre como a chuva
lavando as pedras da rua.

Enfim...livre...livre...livre...

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Caminhos

Andei :
pelos longos
caminhos de mim.
Percorri :
estradas vicinais,
labirintos, veredas.
Cansei:
pois não encontrei
quem me conduzisse
a um horizonte de luz.


                                Caminhos

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Decisão

Não verei
meu rosto
vou quebrar espelhos,
está chegando
a hora do entardecer.
Os meus olhos mortos,
meus cabelos brancos,
meu sorriso falso,
o meu rosto triste,
vou partir agora
assim não verei
o entardecer.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Estátua de Pedra e Sal

Estátua de pedra e sal,
eu sou.
Esculpida
pelo vento,
água e maresia.
Todos desconhecem
que dentro
do meu peito
existe
um coração
sedento de amor.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Você

Terreno pantanoso
lodoso: você.
Hoje, procuro
águas claras
onde possa
mergulhar
sem medo.

domingo, 29 de julho de 2012

Chuva

Chuva fina,
chuva boa.
Lava os meus dissabores,
apaga os meus desencantos,
expurga as minhas amarguras,
dá-me a paz.
E quando chegar o meu fim,
cubra-me com teu manto frio,
envolva-me com teu canto triste,
deixe-me descansar no chão.